quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Diário de Bordo



Como já disse várias vezes, eu escrevo para mim, entretanto, caro amigo que acompanha meu blog, fico lisonjeada de saber que você está aí do outro lado. Mas, verdade seja dita, o alvo dos meus textos não é você, são as minhas indagações... é como diz Clarice Lispector: “Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever”. Bom, já explicada a minha motivação, não tomem esse post como exibicionismo, mas simplesmente como mais análises dessa eterna observadora.

Viajei essa semana para outro Estado, não tão longe, mas o suficiente para que o sotaque pudesse me hipnotizar. Pois é ,amo sotaques e, para mim, eis aí um dos maiores atrativos nas viagens. Mas, como ia dizendo, conheci ótimas pessoas, conheci novas expressões, conheci lugares lindos e, acima de tudo, me reconheci.

Nossa, viajar lava a minha alma. Quando vivo constantemente apenas no meu cotidiano, sem um pit stop, eu fico tão focada em outras coisas que esqueço de olhar para mim. Divertir-me, observar e ser observada, brincar com possibilidades e quem sabe torná-las fatos é bem atrativo, e faz notarmos que podemos ser o que quisermos e ao lado de quem quisermos. A escolha é nossa, a sorte... É deles. kkk

Brincadeira...=)

Nem gosto de falar de sorte, porque para mim ela não existe, existem escolhas, e eis aí a dificuldade de fazê-las. Você pode sorrir em vez de franzir a testa, você pode ler um bom livro em vez de ler apenas bula de remédio (hehe), você pode se permitir em vez de se retrair. Tudo na medida certa enobrece o espírito e fortalece a alma. Mas, como escolher e como saber o momento certo para essa escolha?

Um dos melhores momentos dessa viagem foi assistir de camarote o pôr-do-sol na praia, sentir o vento no rosto, fechar os olhos, respirar fundo e ao olhar novamente ver o maior espetáculo da terra na minha frente, o sol se debruçando sobre a água, como se pedisse amparo e proteção diante da gigante lua que vinha com todo seu resplendor pintar o céu. Não era uma cena de intimidação, apesar de ele estar deixando de ser o protagonista da tela, ao contrário, era algo lindo, exuberante, era uma cena de glorificação. Afinal, se você parar para pensar, ele já tinha brilhado o dia inteiro e no momento exato se retirou para que o espetáculo pudesse ocorrer novamente no próximo dia.


Olhando essa cena eu senti a vida e vi como Deus é perfeito e maravilhoso. Esse show da natureza ocorre todos os dias, mas foi necessário eu parar um pouco para notar que eu também posso me debruçar sobre Alguém e, mesmo sem eu pedir, Ele se preocupa até em pintar o céu todos os dias para que eu possa ver esse espetáculo, e muitas vezes eu nem noto. Comecei a me perguntar, imagina o que acontecerá se eu depositar minha vida nas mãos Dele?


Olhei para o alto mais uma vez e então encontrei a resposta: “Eis a minha oportunidade de ser que nem o sol, por mais que gigantes queiram me intimidar,se eu colocar minhas escolhas e propósitos em Suas mãos, Ele sempre me resguardará e agirá no momento exato, não de qualquer forma, mas fazendo de tudo um grande espetáculo”.